9 de agosto de 2008

Brida...



Tornaste-te um vulto...
Não és algo imaginário, mas na maioria das vezes, não és de todo palpável.
Lembro-me de ti todos os dias, recordo-te com saudade, e pressinto-te em todo o lado...
Comecei um livro novo, embebi-me de tal forma com a história que o li em dois dias, emocionei-me de tal forma que as lágrimas e os sorrisos misturaram-se, e no fim queria mais, fiquei triste de terminar.
No fundo sei que li a história da minha vida, uma mulher que parte em busca do desconhecido,de um mundo diferente, que quer ultrapassar medos, que vivência histórias incríveis, enfrenta-se, questiona-se, sente-se uma insatisfeita com a vida, que acredita que existe algo para além do que a vista alcança, que mesmo no meio da multidão se sente, não só mas sozinha, que mesmo tendo namorado e amando-o, quer encontra o tal AMOR, o que fará sentido, o que preenche e completa cada espaço.
Está disposta a tudo para o encontrar.
E encontra....
Não tem um final feliz, mal real.
O "Tal" esteve sempre ao seu lado, não reconhecia, não acreditava, por vezes, não via, e não queria ver, mas esteve sempre ao seu lado, foi sempre o rosto que ela encontrou para o colo, para o aconchego , a palavra amiga que tinha que ouvir, o concelho na hora certa, aquele com quem repartia,as maiores experiências, o seu melhor e pior, a quem se exponha sem vergonha nem medo, aquele que na imagem de um homem lindo, nunca passou disso mesmo, aquele que tem o maior e mais belo brilho no olhar e a doçura das palavras, mas que nunca foi visto nem ouvido com amor....
Ironia.... no dia que entendeu isso....foi aquele o escolhido... mas não estava escrito acontecer, ficou na mesma ...só assim... o amor perfeito, para sempre...
Ali tudo fazia sentido, tudo era perfeito, tudo estava completo, tudo era simplesmente mágico , único , grandioso...mas mesmo assim não podia ser, não estava destinado, não se podia estragar o que se tinha construído até ali, não se podia ver de outra forma , aquele que antes de dizer já estava dito, aquele que mesmo longe está sempre presente, não se pode estragar, e perder a oportunidade única na vida, de ser para sempre assim... perfeito...
E para isso deixou o seu grande amor ir, o seu A outra metade seguir,com a certeza que ao menos será para sempre assim...só assim...
Ficou na mesma com o namorado, sabendo que com ele nada será assim completo e mágico, mas que foi a sua escolha porque não quis arriscar viver o seu grande e único amor, e estragar o que sabe que ao menos assim vai ser eterno, para sempre vai ser perfeito , e só seu, que estará sempre lá, em tudo e para tudo.
Se fez a escolha certa???
Na primeira pessoa ainda hoje procuro a minha resposta.
Se a entendi???
Claro que sim. Afinal de contas para mim faz sentido.
Mas foi por isto que me entristeci do livro terminar, queria ver o volume 2, queria ver se algum dia a história muda-se, se foi realmente a melhor opção , se a escolha fosse diferente será que os dias iriam ser mais felizes? Será que ela consegue ser realmente feliz só assim? Será que viver o amor que supostamente acontece uma vez na vida e que nem sempre até se encontra, é pleno, é feliz, pode ser real? ou pura e simplesmente tal como outro amor qualquer, com a vida também, desvanece, magoa e até termina.
Acho que a brida e eu nunca vamos saber....

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