Há dias de descanso que nos cansam mais , que semanas de trabalho. Não falo de cansaço físico, mas a mente consegue atingir um estado de exaustão maior que o corpo.
Principalmente quando não nos abstraímos, de pensamentos inoportunos, quando estamos inconformados, e sem capacidade de reacção, quando tudo nos irrita e somos impotentes para a mudança.
Lembro-me de fins de semana em que pagava para não sair de casa, que sonhava em fechar a porta á sexta feira e só voltar a abri-la na segunda seguinte, e que quando o conseguia fazer, assim que abria a porta de manha, quase que a luz do sol me ofuscava, porque era como se já nem os meus olhos estivessem habituados a tal claridade, mas no entanto o meu sorriso era solto, e o meu olhar acompanhava a minha expressão corporal, solta, livre, feliz, realizada, no fundo amada!
Agora mais facilmente sinto o vazio me abrir a porta á sexta feira, encerrar-me para o mundo, e me libertar á segunda feira, e no fundo volto feliz, porque voltei ao dia a dia normal, onde pelo menos me distraio,onde até o cansaço físico da semana tem um gosto, diferente, um gosto .... a vida, e não o amargo fel de estar enclausurada, e fria.
Entristece-me ver que até tu já o sentes, de nos ver de costas voltadas, como se nada se passa-se , mas no fundo ambos sabemos que sim... e sofremos em silêncio, e barafustamos por tudo e nada, mas sempre porque no intimo sabemos o que se passa.
Sentimos a frieza no nosso toque inexistente, sentes que não é premeditado, mas te rejeito. Chego a não falar para ti só para que de seguida não tenhas que falar para mim, porque não me apetece ouvir-te.
Sei que o faço de tantas mágoas que me causas, mas mesmo assim sou estúpida o suficiente para pensar que ao agir assim se calhar te estou a fazer mal,e sofro por por isso,muito mais por pensar que te posso estar a magoar, do que aquilo que me magoa a mim, fico para não te magoar, mesmo que isso me doa a mim, e no entanto sei que se tentares me fazer feliz, já não vais conseguir, e mesmo assim sofro,ainda mais porque sinto que já não te consigo eu fazer feliz!
Detesto-me por pensar, odeio-me por não te amar, e abomino-me por não ser capaz...